Com o fim da pandemia, o turismo em massa na Europa ressurgiu com força total, trazendo consigo antigos e novos desafios. A grande quantidade de turistas, que contribui significativamente para a economia local, também impõe pressões consideráveis sobre as infraestruturas urbanas e o patrimônio cultural. Diversas cidades e regiões europeias têm adotado medidas para gerenciar melhor o fluxo de visitantes, buscando um equilíbrio entre os benefícios econômicos e a preservação da qualidade de vida dos moradores e do patrimônio local.
Barcelona, uma das cidades mais visitadas da Espanha, decidiu tomar medidas drásticas para conter o impacto do turismo de massa. O prefeito anunciou a proibição de novos aluguéis de curto prazo, como os oferecidos pelo Airbnb, para combater a crise imobiliária. Embora essa medida seja controversa e considerada insuficiente por muitos, ela reflete uma tentativa de mitigar os problemas de habitação exacerbados pelo aumento dos aluguéis nos últimos anos.
Veneza, com seus canais icônicos e arquitetura única, se tornou a primeira grande cidade do mundo a cobrar uma taxa de entrada de €5 para visitantes que não pernoitam na cidade. Essa medida, em vigor em determinados dias de alta temporada, visa reduzir o turismo de um dia, que sobrecarrega a infraestrutura local sem contribuir significativamente para a economia da cidade. A ideia é desencorajar visitas curtas e incentivar estadias mais longas, proporcionando um turismo mais sustentável.
No Parque Nacional das Cinque Terre, na Itália, a famosa passarela costeira conhecida como Caminho do Amor agora requer ingresso, com horários de visita e vagas limitadas. Esta medida visa proteger a frágil ecologia e garantir uma experiência de visita mais tranquila e menos congestionada.
A França, que é o destino turístico mais popular do mundo, também está implementando diversas medidas para controlar o turismo de massa. O Parque Nacional das Calanques, em Marselha, limita o acesso a 400 visitantes por dia para prevenir a erosão das montanhas. Na ilha de Porquerolles, o número de visitantes é restrito a 6 mil por dia durante os meses de verão. O Monte Saint Michel, na Normandia, regulou o fluxo de visitantes limitando o acesso aos estacionamentos e controlando o número de ônibus turísticos.
Na Grécia, as autoridades impuseram um limite diário de 20 mil ingressos para visitar a Acrópole em Atenas, e reduziram o número de desembarques em Santorini a 8 mil por dia. Essas medidas visam proteger o patrimônio histórico e natural, evitando a superlotação e o desgaste causado pelo excesso de turistas.
Em várias regiões, os movimentos contra o turismo de massa têm se intensificado, às vezes beirando a xenofobia. Em Málaga, na Espanha, adesivos hostis aos turistas são comuns em áreas com alta concentração de aluguéis de curto prazo. Nas Ilhas Canárias, protestos destacam os impactos ambientais negativos do turismo, especialmente a construção de grandes complexos hoteleiros.
O turismo de massa na Europa apresenta um dilema complexo: enquanto é vital para a economia, também pode causar danos significativos ao patrimônio cultural e à qualidade de vida dos moradores locais. As medidas adotadas por cidades como Barcelona, Veneza e regiões como Cinque Terre e o Monte Saint Michel exemplificam a busca por um turismo mais sustentável e equilibrado. Encontrar um meio-termo que beneficie tanto os turistas quanto os moradores é essencial para garantir a preservação dos destinos turísticos para as futuras gerações.
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